A actividade dos vereadores eleitos na oposição será acompanhada no blog Fundao Sempre

07/12/2008

Turismo e Cultura: Tanto Potencial, Tantos Erros

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A Câmara Municipal é o órgão autárquico incumbido de administrar o concelho.
O papel de quem administra é procurar o mais possível de benefícios com o menos possível de custos. Procurar muitos benefícios, gastando pouco.
Para administrar com eficiência há que procurar fontes de progresso e investir nelas para conseguir resultados.
Um bom ponto de partida, um bom exemplo pode ser o TURISMO.
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Enorme manancial de oportunidades de progresso, o Turismo (e a Cultura, a que ele está associado) são um flagrante alerta do que temos que corrigir. Nunca no Fundão se gastou tanto em nome do Turismo e da Cultura como nos últimos 7 anos – e nunca se chegou a resultados tão negativos, tão desastrosos.
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Comparando os custos estruturais para aumento de alojamento turístico com a evolução de resultados, temos nos últimos 5 anos:
..... No Fundão um aumento de custos de 103% gerou um ganho de resultados de apenas 3,8%.
..... Na Covilhã, um aumento de custos de 25% gerou um ganho de resultados de 30,1%.
..... Na Guarda, um aumento de custos de 34,9% gerou um ganho de resultados de 77,1%.
No principal indicador da performance de gestão turística, a taxa de rendimento dormidas/camas em estabelecimentos hoteleiros, temos a seguinte conclusão:
Guarda: crescimento de 20,2
Covilhã: crescimento de 30,1
Fundão: queda de 56,2
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Que concluir, então? Que apostar no Turismo e na Cultura como pontos estratégicos de alavancagem de desenvolvimento foi um erro? Não! Como sempre dissemos e ficou demonstrado na Guarda e na Covilhã, apostar no Turismo e na Cultura é uma boa opção.
A questão é saber como se investe. Na Guarda e na Covilhã as autarquias acompanharam e estimularam o esforço dos empresários e munícipes. No Fundão esbanjou-se, numa política à toa, sem direcção, sem rigor de gestão e até sem escrúpulos de respeito pelo dinheiro dos cidadãos. Venderam-se sonhos e mentiras, criaram-se “coutadas” de lugares e favores, pôs-se o concelho a mover-se como uma galinha sem cabeça.
Agora, há que olhar em frente. Fazer o elementar que nunca foi feito. Banir o espavento de uma propaganda labrega e bacoca, de “muita parra e pouca uva”.
O Fundão tem o maior potencial turístico da região: o património natural da Gardunha, centralidade no eixo das principais aldeias históricas portuguesas, a proximidade à Estrela, a planura e concentração do núcleo urbano, cultura e gastronomia ricas, etc.
Ao Fundão falta “apenas” ter uma Câmara Municipal que saiba e queira gerir. Gerir a pensar no investimento, em vez do esbanjamento. Gerir a pensar nos munícipes, com a consciência de que gerir é SERVIR.
Quem, como nós, quer servir o concelho e a coisa pública vê no Turismo e na Cultura uma inestimável riqueza - e tem esperança e confiança no futuro.
O Fundão vai ganhar!
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* Antonio Leal Salvado