A actividade dos vereadores eleitos na oposição será acompanhada no blog Fundao Sempre

25/10/2008

Serviços Municipais e Pessoal

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Que princípios nortearão a gestão dos Serviços e dos recursos humanos?
A Câmara do Fundão tem bons ou maus serviços municipais?
Bons ou maus trabalhadores?
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1.
Os Serviços Municipais não são tão bons como poderiam ser, nem os trabalhadores do Município são tão maus como os actuais dirigentes políticos fazem crer. Não se pode fazer uma apreciação global dos recursos humanos sem se distinguir entre quem desempenha cargos ou ocupa lugares, por um lado, e quem cumpre funções profissionais, por outro.
Nas instituições políticas do nosso país – e em particular nas autarquias – generalizou-se a prática de os dirigentes fazerem passar para fora a ideia de que os trabalhadores não prestam. Esta atitude dos dirigentes políticos, além de falsear a realidade, é quase sempre sintoma de uma estratégia baixa: o político, logo que eleito, diz que não tem ao serviço gente capaz. Mas porque toma essa atitude? Por duas razões maldosas: em primeiro lugar, ao “apontar o dedo” ao pessoal arranja uma desculpa para os serviços que não consegue fazer funcionar bem; em segundo lugar, dizer mal dos trabalhadores é o primeiro passo para contratar quem lhe apetece, a torto e a direito. O caminho mais curto para favorecer os “afilhados” é dizer mal dos “enteados”…
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2. Atitude e Princípios
Uma vez eleitos, não usaremos a estratégia de apregoar que todas as culpas são de quem esteve antes. Logo no manifesto de apresentação, o candidato António Leal Salvado afirmou que quem não conhece as dificuldades não é idóneo para se candidatar. Sabemos que há melhorias necessárias nos Serviços, mas se não houvesse necessidade de melhorar não precisaríamos de concorrer. Trabalharemos com as estruturas que existem e sabemos que o nosso dever é melhorá-las e valorizar as pessoas que asseguram o seu funcionamento.
A gestão de cada Serviço Municipal importa dois aspectos: o organograma funcional e a optimização do rendimento individual de cada trabalhador, integrando-o no colectivo a que pertence e nos objectivos de missão a prosseguir.
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3. O Organograma Funcional e as Pessoas dos Trabalhadores
O organograma actual da Câmara Municipal, que seguiu originalmente um padrão conservador, é bastante pesado e confuso (excesso de sub-estruturas inúteis e errada inter-ligação de diversas unidades operativas e funções) mas tem uma estrutura geral que pode manter-se em boa parte, depois de afinados os erros técnicos que contém. Temos um projecto de organograma mais ágil e tecnicamente mais cuidado – mas far-lhe-emos as afinações finais apenas depois do debate a que vamos submetê-lo.
Quanto aos trabalhadores do Município, temos o princípio de que todos podem ser aproveitados e todos podem ser mais úteis, sendo menos sobrecarregados com funções mal concebidas ou mal dirigidas. Uma boa gestão de recursos humanos não cai na fantasia de que há “super-homens” nem pessoas incapazes: cada trabalhador (com as virtudes e os defeitos de qualquer ser humano) tem um papel a desempenhar, desde que lhe sejam atribuídos objectivos conformes às suas competências e dado adequado acompanhamento às suas dificuldades específicas.
Os bons gestores sabem que, quando um trabalhador não rende, a culpa é sempre da organização que os superiores lhe proporcionam e quase nunca da falta de vontade do próprio trabalhador. Um chefe competente acompanha de perto os actos dos seus subordinados – e sabe, em cada momento, ouvir as sugestões do próprio, transmitir-lhe as indicações dos objectivos estratégicos definidos pelo poder, mostrar-lhe os caminhos mais convenientes para cada tarefa, dando sempre o exemplo.
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4. Iguais nas oportunidades, diferentes segundo as responsabilidades
Em cada função o principal factor produtivo são as pessoas. A ciência de gerir pessoas é saber tratar todas com justiça e igualdade de oportunidades, estimular as qualidades individuais, premiar o mérito e o esforço, evitar os privilégios injustificados – e, acima de tudo, fazer que o exemplo venha de cima.
Os lugares de nomeação – que devem restringir-se ao mínimo necessário – devem ser onerados com maior responsabilidade, porque assim é a própria natureza deles. Os trabalhadores que desempenham actividade profissional devem ter oportunidade de progredir segundo o mérito e ter a garantia de que para cada exigência que se lhes faça haverá o apoio e o exemplo dos superiores. As empresas que utilizam esta metodologia têm, invariavelmente, bons resultados e níveis performativos do pessoal muito satisfatórios.
Os factores de estímulo individual devem ser cuidados, até ao nível do ambiente quotidiano. Os trabalhadores não precisam de ser bajulados nas épocas em que isso é conveniente aos chefes – mas devem ver reconhecido o seu trabalho de forma justa e sempre. Um exemplo desta distinção: Recentemente, o actual executivo municipal brindou cada trabalhador com uma prenda, pelo dia do seu aniversário; como o período pré-eleitoral não é propício a equívocos, em Outubro foram oferecidas as prendas aos trabalhadores que fizeram anos nos 9 meses anteriores... Nós, uma vez eleitos, não utilizaremos a atitude hipócrita de dar uma prenda (quantas vezes ridícula e sem significado) quando isso é "conveniente"; mas garantiremos - sempre e como direito - folga a cada trabalhador no dia do seu aniversário. A moderna ergonomia demonstra essa prática como produtiva e os melhores sistemas de gestão de pessoal já a adoptaram.
Talvez ainda antes de sermos eleitos esse direito seja reconhecido aos trabalhadores do Município.
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5. Lugares e Emprego
Se formos eleitos, como esperamos, limitaremos os lugares de nomeação ao mínimo necessário e dentro dos condicionalismos da lei. Não criaremos funções artificiais. Respeitaremos quem está – e dar-lhe-emos oportunidade de ser útil e produtivo. Não faremos admissões para comprar votos ou simpatias. Teremos, sim, a preocupação e o firme empenho de apoiar o emprego e criar novas actividades com utilidade e valor social.
Orientaremos a nossa preocupação de multiplicar o emprego, por um lado, para serviços que têm de ser criados por fazerem falta e, por outro lado para projectos e programas de apoio à inserção profissional que sejam desenvolvidos pela Administração Central ou por entidades particulares mas em que o Município pode e deve passar a ser parceiro e/ou interveniente.