A actividade dos vereadores eleitos na oposição será acompanhada no blog Fundao Sempre

11/10/2008

Ética e Eficácia - Os Automóveis


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Transporte dos Membros do Executivo Municipal
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Na primeira conferência de imprensa do candidato, os jornalistas insistiram na questão do escândalo da aquisição e indevida utilização de carros de luxo pelos membros do executivo municipal e seus mais fiéis seguidores partidários.
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A questão, relevante do ponto de vista da ética e do abuso do poder, tem para nós um outro recorte importante: o da gestão dos bens do Município.
O Município tem ao seu serviço dois tipos de automóveis: os utilitários (serviços de obras, fiscalização, protecção civil, etc.) e os automóveis de luxo, adquiridos para o transporte individual dos membros do executivo e alguns dos seus colaboradores privilegiados.
Os automóveis de luxo são, actualmente, seis. É relativamente a esses que temos desde já uma reflexão e uma solução de gestão, capaz de resolver de uma vez a questão da ética no exercício do poder e a ruína financeira que tem decorrido da utilização indevida e abusiva dos veículos de alta gama.
É simples:
Considerando um valor de aquisição médio de 50.000 euros por veículo (actualmente o valor é mesmo superior) temos que o somatório de custos de aquisição, manutenção e circulação é de 2.100 euros mensais por cada automóvel.
Isto perfaz, para os seis automóveis de luxo, 12.600 euros mensais, ou seja, 151.200 euros anuais.
Adoptaremos uma medida que reduzirá os custos para menos de 50.000 euros anuais. E pouparemos, assim, mais de 100.000 euros por ano.
Como?
Venderemos em hasta pública os 6 automóveis de luxo. A valores normalmente expectáveis a venda renderá 210.000 euros, reembolsados imediatamente pelo Município. Esse valor assegurará a compra de um automóvel de baixo consumo e “amigo” do ambiente (híbrido) para o serviço de presidente, vereação e visitantes; e permitirá ainda a aquisição de um autocarro para o serviço de transporte público urbano da cidade sede do concelho.
Para o transporte quotidiano de presidente, vereadores e directores – em serviço – contrataremos com os taxistas da cidade um serviço de permanente disponibilidade de dois táxis, garantidos por entendimento cooperativo com todos os taxistas e segundo uma escala de rotatividade que permita contemplá-los a todos.
Esperando que o nosso mais afincado trabalho se traduza num acréscimo de deslocações e quilómetros relativamente ao que actualmente acontece, faremos anualmente cerca de 80.000 quilómetros em serviço – o que se traduz no pagamento de cerca de 50.000 euros anuais de tarifas de táxi. Com facturação que indica os percursos, os horários e os serviços prestados.
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Esta economia de mais de 100.000 euros anuais traz, ainda, diversas outras vantagens:
* Moraliza a utilização de bens do Município – que passarão a ser usados apenas para serviço da Câmara Municipal;
* Evita a imobilização de capital e os inerentes encargos – porque os serviços de transporte dos táxis serão pagos à medida que os transportes são realizados (no dia 2 de cada mês imediatamente seguinte ao da prestação dos serviços);
* Constituirá um importante apoio a uma indústria local actualmente em crise;
* Constituirá um bom exemplo da preferência pelas empresas locais – sendo que o exemplo pode e deve estender-se a outras actividades e a outras parcelas do território;
* Libertará lugares de estacionamento na via pública – que passarão a ser disponibilizados aos munícipes;
* Será um bom exemplo do respeito pelo ambiente, numa cidade que se quer mais verde;
* Será, finalmente, um exemplo de como se pode e deve fazer a gestão autárquica (e a política, em geral) – ao serviço da causa pública e com ética e desinteresse – e não só no território do Município valerá o exemplo.
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Todas estas vantagens, repita-se, somadas a uma economia de 100.000 euros por ano.
Como sempre afirmamos, a ética e o amor à causa pública são produtivos!